PRODUTOS e SERVIÇOS 1

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CONFESSO

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CONFESSO


Me sinto como que atrás de um vidro blindado, acenando e gritando para as pessoas do outro lado, correndo o desespero de suas vidas, sem que me entendam, me ouçam, me vejam. Tento dizer a elas que o mundo, a vida humana poderia facilmente ser radicalmente diferente do que é, mas as palavras se esvaem sem que nenhuma atinja seus ouvidos.

Porque elas estão do lado de cá e eu do lado de lá? Isto não é uma comparação, uma competição para ver quem esta mais certo, ou mais errado, mais poderoso e menos poderoso, superior ou inferior, mas sinto que minhas manifestações são interpretadas pelas pessoas como se fosse uma competição. Provocação sim, mas competição não!

Tenho pensado muito sobre o que seria “comunicação”. Como seria efetivamente se comunicar. A semântica sugere que comunicação seja “ação em comum”. Então como podemos agir em uníssono? Percebo que em geral temos muito medo do desconhecido e sempre preferimos a “zona de conforto” à sombra do conhecido. Então tentarei explicar o que estou vendo daquele outro lado onde me vejo estar. Quem sabe, se as pessoas não tiverem preconceito, consigam entender um pouco desta visão que me define.

Acho que todos já ouviram falar de “ciências ocultas”. Em geral as pessoas entendem isto como magia negra, ocultismo, bruxaria ou ações relacionadas ao espiritismo. Se pudermos deixar este PRÉ-conceito de lado e nos atermos ao sentido semântico exato das palavras, veremos que “ciências” se refere ao que é científico, lógico, consistente, coerente, fenômeno comprovável por qualquer um. E “ocultas” se refere ao que não é visível, ou quiça tangível pelos 5 sentidos, ou justamente o desconhecido para o censo comum. Então na acepção correta, o termo “ciência oculta” deveria significar a “consciência do desconhecido”. Então para seguir adiante, separaremos o mundo “tangível do intangível”.

Todos sentimos que há algo “intangível” presente, mas não sabemos de fato o que é, porque ele é intangível pelos nossos 5 principais sentidos, justamente pelos quais percebemos o mundo que chamamos de “mundo material”. Estamos separados do intangível pelo que chamamos de “morte”. A única opção que temos, em princípio, é sondar este mundo desconhecido intangível através de crenças, que se definem em ideias, às quais atribuímos valores. Quais são as crenças, ideias e valores certos? As minhas, as suas? Os nazistas juravam que as deles eram as certas, as superiores, as poderosas. 250 milhões de pessoas morreram pelo mundo graças a isto. Outra filosofia religiosa matou centenas de milhares de pessoas, de maneira bárbara e cruel, ao longo de séculos de sua permanência, para impor ao mundo suas crenças, ideias e valores como certas, absolutas e únicas. Atualmente o fundamentalismo através do terrorismo tenta obrigar o mundo a aceitar suas ideias, crenças e valores como os certos e únicos. Como podemos ver, toda vez que a gente acha que sabe a verdade, que é dono da verdade isto sempre gera violência.

Será mesmo que deveríamos nos matar por causa de ideias, crenças e valores? E se no dia seguinte, por algum motivo de força maior, mudarmos de ideias, crenças e valores. Teremos assassinado outras pessoas por algo fugaz, fútil, volátil, IRREAL. Se ideias, crenças e valores são irreais, o que é o REAL? E sobretudo, porque estamos nos matando uns aos outros por causa de ideias, crenças e valores?

Primeiro vejamos como às vezes podemos mudar nossos conceitos do dia para a noite. TRAUMAS. Ninguém está imune a sofrer traumatismos violentos. Por forças da natureza e provocado por outros seres humanos. Quando isto acontece, inevitavelmente a pessoa se vê forçada a rever todos seus conceitos e reformulá-los.

Em segundo a questão do que é realidade. Como combinamos que estamos investigando “cientificamente o oculto”, temos que aceitar o método da investigação científica para prosseguir. Então vamos recorrer a Einstein: “ O universo é relativo”. Einstein se referia ao universo material, que julgamos sólido, inquestionável uma verdade que nos parece absoluta. No entanto Einstein afirmou e comprovou que a matéria é relativa. Ora, se o tangível é relativo, o que se dirá então do intangível.

Antes de vestirmos esta INSEGURANÇA, provocada por este conceito acima, com novas crenças, valores e ideias, vamos prosseguir em busca de respostas pera a terceira questão formulada anteriormente. Porque estamos nos matando por causa de ideias, crenças e valores?

No próprio parágrafo anterior está a resposta, que me parece inequívoca. MEDO. O homem, preso a sua falta de visão do que é real, tangível e intangível, sente-se ameaçado por caminhar ás cegas, sente-se INSEGURO! Esta incerteza faz com que se apegue desesperadamente à ideias, crenças e valores. O APEGO à conceitos de SUPOSTAS VERDADE ABSOLUTAS, causa todo sofrimento e violência humanos. Se você pensa diferente de mim, preciso destruí-lo, porque você passa a ameaçar minha SEGURANÇA PSICOLÓGICA. Os nossos maiores ditadores, tiranos e déspotas, são nosso maiores medrosos.

Se o mundo é relativo, feito de incertezas, é possível viver nele SEM MEDO, em paz, harmonia, criatividade, riquezas e sobretudo AMOR?

Se não será possível descobrir o que é a VERDADE, porque ela é RELATIVA, muda a cada momento, não pode ser aprisionada, condensada numa fórmula, numa receita, por nenhum ser humano que queira dominar os outros e o mundo, será possível viver neste mundo SEM MEDO? Está é a pergunta correta e definitiva que resolveria todas as questões levantadas acima.

Se para entender o mundo que vivemos, tangível e intangível e não é possível SABER A VERDADE para fazê-lo, quem sabe se descobrirmos a MENTIRA, tudo o que sobre seja a VERDADE, já que a mentira é plenamente possível conhecer.

Então, isto é que é “ciências ocultas”!!!, O conhecimento da mentira. É isto que as filosofias orientais chamam de “extinguir os véus da ilusão”.

Veja bem, se nós formos bem sinceros e honestos, vamos ter que admitir que não sabemos a verdade, por que é impossível SABER a realidade, mas sobra algo muito mais valioso que é SER a realidade.

Ora, será que não conseguimos simplesmente SER o que É? E a INSEGURANÇA PSICOLÓGICA, o MEDO que tanto nos atormenta, incita o ódio, à violência? Há algum remédio para isto? Alguma fórmula mágica? Vamos voltar a acreditar em algo ou alguém? A verdade com relação a qualquer mentira, é que não há nada a fazer contra a mentira. Basta saber que não é verdade e ela aos pouco vai cedendo, se dissolvendo até que não sobre nada. E quando não sobrar nada, só o vazio, você terá encontrado a verdade por que estará sendo a verdade, e isto basta, quer você queira ou não.

É complexo. É um caminho tortuoso o caminhar entre as mentiras que cada um de nós construiu para viver em seu próprio mundo. Exige paciência e determinação para se chegar ao FATO que é a VERDADE DEFINITIVA.

Então voltando a questão inicial sobre o tangível e o intangível, no universo intangível onde me vejo, do outro lado de lá, vendo as pessoas do lado de cá se debatendo e vivendo exclusivamente no universo tangível do medo, tenho a declarar e afiançar que é possível viver neste mundo de maneira totalmente livre, SEM MEDO, feliz, plenamente, com fartura, abundância, segurança física, e mais. Aquele paraíso que contam as mitologias do qual supostamente fomos expulsos, na verdade nunca deixou de estar presente em nós. Nunca saímos de lá. Somos nós mesmos que nos apartamos dele, guardando sua entrada com a espada de fogo do nosso MEDO, para impedir nosso próprio retorno.

Que tal em vez de termos uma ideia, acreditar e valoriza-la como supostamente verdadeira, a respeito do que seja deus, alma, espírito, vida após a morte, reincarnação, etc, VIVENCIARMOS INTEGRALMENTE a verdade do que seja este mundo que se mantém oculto a nossa mente tangível. Não precisamos saber o que é o INTANGÍVEL, só precisamos viver ao mesmo tempo nos universos TANGÍVEL e INTANGÍVEL. Quem vive só no tangível não tem a menor ideia do paraíso, felicidade, plenitude que seja conhecer e estar também no INTANGÍVEL. Mas isto não será possível se você se mantiver preso, amordaçado e refém das suas ideias, crenças e valores. Terá de trocá-los por fatos irrecusáveis. Não seguir meus conceitos, os seus ou de alguém. Mas fatos, são fatos. Não são meus ou seus, são a mesma coisa para todos.

Wagner Nogueira
MTB 0070585/SP

Serrana 03/07/16



De Noel Rosa.